Meus gatos

Meus gatos
Nenezinho

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Zé nasceu em uma família de 9 irmãos, moravam em uma casa de 3 comodos, muito pobres, a mãe saia bem cedo para o trabalho, em uma casa de família bem perto de onde mora, o pai trababalha de construtor, mais estava sempre em casa, principalmente na parte da tarde fazendo da vida dos filhos um verdadeiro inferno, a irmã mais velha fugiu de casa com um caminhoneiro, nunca mais se teve notícias dela.
A casa era muito pequena para tanta gente e sem saneamento básico, tinham que ir buscar água para fora da casa. Sua mãe quando chegava do trabalho era raro as vezes que ia cozinhar, pois não tinha nada a não ser o que restava da casa de seus patrões.
Zé não conseguia dormir, quando não era a discussão dos pais era choro de criança, por dor ou por fome. Zé se lembra bem que a cada ano sua mãe ganhava mais um bebê.
Um dia chegando da escola Zé ouviu uma discussão e resolveu não entrar na casa, voltou para a rua, e na rua ficou durante dias e mais dias, a noite passava perto de casas
iluminadas, cheias de crianças brincando e barulho de pratos, e quando ouvia o barulho de pratos, seu estômago doia de fome, era época de natal, casas enfeitadas, presentes e
Zé sem nem um pão para comer. Passando perto de uma feira de frutas e legumes ele pediu uma fruta para um senhor que deveria ser o dono, e esse senhor olhou para ele e o convidou para trabalhar com ele, e assim a vida de Zé começou a mudar, no fundo de um Grande depósito de frutas e legumes havia um comodo que o senhor Nelson adaptou para ele morar, ele agora com 13 anos, limpava as frutas as verduras e ainda tinha tempo de estudar, seu Nelson também contratou o seu irmão mais velho, que também passou a dividir o mesmo quarto no depósito, assim poderiam ajudar mais a sua mãe, que com tristeza aceitava, mas vendo tudo isso mudar sua mãe resolveu abandonar o marido.
Zé conseguiu terminar os estudos, se casou e teve apenas dois filhos, se formou para professor e sua esposa também professora.
Ele e sua esposa comemoravam o natal junto de seus vizinhos, todos preparavam doces e todo o tipo de alimento usado em comemorações natalinas, enfeitavam toda a rua, muito iluminada e com a ajuda de seu Nelson preparavam brinquedos de madeira para as crianças, era uma verdadeira festa, durante a ceia de natal ele sempre chama a atenção, por favor não bata tanto nos pratos.


Este é um texto escrito para o dia da pobreza, eu sugeriria no caso de pessoas bem pobres o controle de natalidade, e que no Natal ou comemoração dessa espécie, as pessoas se doassem mais, as crianças agradessem.
Simone Cassanho